O que são as estrias?
A estrias são cicatrizes lineares visiveis na pele que se formam por alteração das estrutura do tecido conjuntivo dérmico envolvendo componentes da matriz extracelular (MEC), nomeadamente fibrilina, elastina, fibronectina e colágeno devido ao estiramento abrupto da pele.
O diagnóstico de estrias costuma ser clínico e direto, sem necessidade de investigação específica.
Habitualmente as estrias são de natureza totalmente benigna representando no entanto uma preocupação estética.
Em que situações surgem?
As estrias geralmente desenvolvem-se em estados fisiológicos como gravidez, surto de crescimento durante a puberdade ou em mudanças rápidas de determinadas zonas anatómicas como é o caso dos praticantes de musculação, indivíduos obesos ou em perdas abruptas de peso. São também observadas em indivíduos com determinadas patologias ou como efeito secundário de fármacos.
Desta forma a origem das estrias é multifactorial e a sua etiopatogenia permanece controversa
Que tipos de estrias existem?
Na realidade as estrias têm habitualmente uma determinada evolução e o seu aspecto vai mudando ao longo do tempo.
As estrias surgem como cicatrizes atróficas múltiplas, simétricas, bem definidas, irregularmente lineares, de cor vermelha a pálida (dependendo do estágio), que seguem as linhas de clivagem e ficam paralelas à superfície da pele.
Desta forma numa fase inicial as estrias tendem a ser avermelhadas pois predomina um estado inflamatório no qual a epiderme é quase normal e a derme é edematosa.
Posteriormente a estria torna-se esbranquiçada porque a epiderme se torna fina, atrófica e sem apêndices cutâneos.
Quais os locais mais frequentes de aparecimento das estrias?
No sexo feminino as estrias surgem habitualmente nas coxas, nádegas e região mamária. No sexo masculino são mais frequentes na região lombosagrada e face interna das coxas.
Na gravidez são habitualmente no abdómen, mamas e coxas aparecendo mais frequentemente no terceiro trimestre.
Que tratamentos existem para as estrias?
É muito importante compreender que existem hoje várias opções de tratamento que têm como objectivo minimizar o impacto estético das estrias. No entanto, não existe ainda nos dias de hoje um tratamento totalmente eficaz.
Existem essencialmente dois grandes grupos de tratamentos: tratamentos tópicos e tratamentos com aparatologia.
Dentro dos tratamentos tópicos podemos incluir os fármacos tópicos como a isotretinoina (através da estimulação do fibroblasto aumenta a produção de colagenio Tipo 1) assim como os óleos naturais ( de amêndoa doce, óleo de coco, óleo derivado de azeitonas) que tendem a hidratar a pele e melhorar o aspecto da estria, etc
Os tratamentos tópicos são amplamente divulgados porém os estudos clínicos que os suportam são limitados sendo a sua eficácia classificada como modesta e no caso dos fármacos o uso tem de ser por períodos prolongados.
Portanto, a eficácia dos tópicos na prevenção e tratamento da MS é questionável.
Recentemente têm surgido procedimentos e tecnologias de rejuvenescimento da pele não cirúrgicos e minimamente invasivos que oferecem um tempo de inatividade mínimo, levando a uma maior adesão do paciente.
O princípio básico em que se baseiam estas terapias é a indução de inflamação controlada na derme que resulta na estimulação da neocolagénese através do recrutamento de fibroblastos. Para serem eficazes no tratamento das estrias devem , para além de estimular a formação de novo colagénio, reduzir o eritema na Estria Vermelha e melhorar a pigmentação na Estria Branca.
Os lasers são dispositivos baseados em energia luminosa que fornecem energia luminosa coerente, coesa e monocromática à pele, agindo em um cromóforo tecidual específico. Os lasers têm como alvo diferentes cromóforos, como água, hemoglobina e melanina e, assim, melhoram a aparência geral das estrias , aumentando a produção de colágeno, diminuindo a vascularização (especialmente nas estrias vermelhas) e aumentando a pigmentação nas estrias brancas. Tanto os lasers ablativos quanto os não ablativos têm foram tentados com sucesso variável no manejo de estrias.
Dermaplax, energia plasma converte carga elétrica em energia eletrostática para produzir gás de plasma nitrogênio. O arco de plasma de precisão é capaz de criar microtraumas na superfície da epiderme (semelhante ao microagulhamento), enquanto aquece as camadas inferiores da pele para atingir os fibroblastos da pele. O microtrauma da pele ativa o processo natural de cicatrização, aumentando o colágeno melhorando a firmeza da pele.
O plasma rico em plaquetas (PRP) é uma solução concentrada de plasma contendo vários fatores de crescimento e proteínas que é injectada intradermicamente na estria aumentando a elasticidade e induzindo a síntese de novo colágeno. Esta técnica tem sido usada isoladamente ou em conjugação com outras técnicas. È uma técnica que tem a vantagem de usar um produto biológico do próprio paciente porém exige a realização de várias sessões.
O microagulhamento é um método minimamente invasivo no qual são usadas pequenas agulhas para criar microcanais que se estendem até a derme papilar. Essa inflamação induzida estimula a cicatrização de feridas dérmicas, aumentando a síntese de colágeno e elastina. Pode ser usada sem qualquer produto ou então associada á aplicação de cocktails de vitaminas com função reafirmante. São habitualmente necessárias várias sessões espaçadas de forma quinzenal ou mensal.
A microdermoabrasão utiliza cristais de óxido de alumínio que causam ablação mecânica da pele danificada levando a uma cascata inflamatória que condiciona espessamento epidérmico, produção de novas fibras de colagénio e elastina na derme. Alterações pigmentares pós-inflamatórias podem surgir como efeito adverso.
O Peeling químico induz uma resposta inflamatória na pele e consequentemente neocolagenose. Os agentes mais comumente usados são ácido tricloroacético, ácido retinóico e ácido glicólico. Os efeitos adversos mais frequentes do peeling são as alterações pigmentares pós-inflamatórias. O peeling químico é uma opção interessante para tratar áreas superficiais mais amplas de estrias.
Qual o Tratamento mais indicado para mim?
A avaliação médica é fundamental para verificar o tipo d pele e o tipo de estria que se encontra presente. O tratamento com melhores resultados será aquele que se adapte ao caso clínico concreto.
Frequentemente, são necessárias múltiplas sessões usando diferentes modalidades terapêuticas direccionadas à pele em diferentes níveis
É muito importante que esteja consciente que apesar da melhoria estética que é possível alcançar nenhuma modalidade de tratamento é hoje considerada totalmente eficaz.
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